
Porém, a solução não passa por apoiar patifes como Khadaffi, que com estas declarações procura manipular as almas medrosas de muitos europeus. A solução passa antes por agir de forma rápida e decisiva no sentido de estabilizar a Líbia. O Ocidente tem o dever de ajudar os líbios a livrarem-se de Khadaffi - por exemplo, impondo uma zona de exclusão aérea - e de seguida contribuir para a estabilização do país, impedindo outras forças hostis de aproveitarem o vazio de poder.
A este respeito têm surgido, no entanto, alguns indícios preocupantes. Hoje foi noticiado que os rebeldes líbios prenderam oito agentes britânicos que tinham viajado para Benghazi com o objectivo de estabelecer contacto com os cabecilhas da oposição a Khadaffi. A prisão dos ingleses, que entretanto foram libertados, sugere que pelo menos parte dos rebeldes não vê com bons olhos a ajuda ocidental.
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(*) - Na década de 1830, a colonização do Norte de África pelas potências europeias foi em parte justificada pela necessidade de acabar com a pirataria, que era então protegida e alimentada pelos 'beys' de Argel, Tunes e Tripoli. E a primeira guerra que os Estados Unidos travaram em solo estrangeiro foi precisamente contra os piratas líbios, entre 1803 e 1805. Portugal também foi alvo destes piratas durante séculos: de Caminha a Vila Real de Santo António, ainda são visíveis os ex-votos colocados nas igrejas por pessoas raptadas por piratas do Norte de África, que assim agradeciam o resgate do cativeiro.
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