«All that is necessary for the triumph of evil is that good men do nothing» (Edmund Burke)

terça-feira, 15 de março de 2011

Portugal vai renascer

«Não somos, ao contrário do que alguns pensam e dizem, um país pequeno, sem recursos e condenado à decadência. Temos uma história gloriosa, com altos e baixos, é certo, mas que nos demonstra o contrário. Em alguns períodos não temos sabido governar-nos. É verdade. Mas é útil, para o futuro, aprender a distinguir o trigo do joio, os honestos dos pecadores e não nos deixarmos cair no derrotismo masoquista, em que alguns se comprazem. Criticar é fácil e protestar, mais ainda. É legítimo, aliás, em democracia, criticar e protestar, desde que o façam pacificamente. Mas agir, desinteressada e conscientemente, é melhor, desde que seja em função de uma alternativa, coerente, eficaz e estruturada, tendo uma visão do futuro, inserida num mundo em mudança. É o caminho para podermos sair do atoleiro em que nos encontramos» - Mário Soares (DN de 15 de Fevereiro)


Nem sempre concordo com Mário Soares, mas aprecio o seu optimismo e capacidade de ver além do momento presente. Portugal já passou por momentos mais complicados do que o actual. Recordemos a crise de 1383/1385, as longas Guerras da Restauração, as Invasões Napoleónicas, as Lutas Liberais, o caos da Primeira República, a Ditadura, a Guerra Colonial, o PREC e o êxodo de "retornados" das colónias...

Em todos esses momentos, os portugueses souberam vencer e dar a volta por cima. E ao fim de 900 anos de História, mesmo estando em crise, fazemos parte do restrito clube dos países mais ricos e desenvolvidos do mundo (sim, Portugal continua a ser um país relativamente rico, com um PIB per capita que é o dobro do brasileiro e mais de seis vezes o da China...).

Outros povos mais poderosos fraquejaram e tombaram perante perigos menos evidentes: ao passo que a História do nosso está repleta de momentos em que tudo parecia perdido, mas em que por uma unha negra saímos vencedores. É como se a Lei de Murphy, segundo a qual tudo o que pode correr mal vai mesmo correr mal, não se aplicasse em Portugal. As próprias tradições populares contêm vestígios dessa crença na intervenção da Providência: a lenda do Galo de Barcelos é disso exemplo.

Faço por isso minhas as palavras do velho estadista, no "Diário de Notícias" de ontem. Se um octogenário consegue manter esta confiança no futuro, como não poderia eu acreditar que podemos e devemos sair do 'buraco'?

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