«All that is necessary for the triumph of evil is that good men do nothing» (Edmund Burke)

quarta-feira, 16 de março de 2011

Nem tudo são más notícias!





Segundo notícias vindas a lume, no caldeirão em que se transformou este país, existe a intenção de tributar o golfe a 6% de IVA. Acho muito bem, afinal de contas um desporto de massas e com benefícios para as massas deve ser descriminado em relação aos desportos elitistas que grassam por esse mundo fora. Meu senhores, lembro-me, como se fosse hoje, que desde os meus tempos de infante que o golfe faz parte da minha vida. Recordo-me, com uma exactidão de arrepiar, que após a escola, enquanto uns, poucos rebeldes, jogavam à bola (esse desporto de burgueses) no meio da estrada, outros, felizmente a maioria, havia que se dedicavam, certamente contagiados pelo facto de ser uma disciplina, que desde sempre fez, parte dos programas de educação física, no interior dos clubes (quais condomínios privados) a jogar golfe. Ora, como em tudo na vida, de imberbe passei a jovem adulto (essa etapa da vida cheia de facilidades) e reparei que os adereços que usava já não servem (maldita ditadura da moda e do crescimento corporal). Por isso, com licença. Vou pegar no meu iate, movido a gasóleo agrícola, e vou a Monte Carlo, comprar os meus sapatos CAT, a camisola louis vuitton, o chapéu dior, o saco burberry, as luvas versace, o trolem/buggy Frazer e o taco de madeira, aço, ferro e até de gelatina. E porque já estou num centro comercial gigante, após todos estes apetrechos, aproveito e abasteço-me, a uma taxa inferior à praticada em Portugal, dos víveres necessários à minha sobrevivência. Desculpem ter de ser breve, mas tenho que me despachar, visto amanhã, logo de manhã, participar numa palestra, paga (tempo é dinheiro), no clube de golfe, sobre como os portugueses devem apertar o cinto em nome da prosperidade do país.

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